Além das inúmeras preocupações que envolvem a maternidade, as diversas habilidades que uma mãe deve desenvolver durante o exercício de seu papel deveriam servir como graduação! Brincadeiras à parte, este currículo envolve a decodificação de sinais, as vezes muito claros como um choro desenfreado e escandaloso e as vezes não tão claros assim como um certo desinteresse ou irritabilidade no ambiente escolar, e a preocupação está justamente aí. Pensando nisto, como ficar atenta a visão do filho? Veja a seguir.
Conversamos com a mãe do João Vítor, um garotinho espoleta de 3 anos de idade, morador de Taboão da Serra, que a poucos meses foi diagnosticado pelo Oftalmologista com 10 graus de miopia, fato plausível de causar espanto a qualquer família e que infelizmente já apresentava sinais de problemas visuais, sutis, mas estavam lá a algum tempo.
O que levou a este problema de visão?
O consumo de conteúdo na tela do celular era um refúgio rotineiro prendendo a atenção do garoto que segurava com as mãozinhas a quase 5 centímetros de distância do rosto. As horas de exposição, a frequência e maneira como acontecia já eram um alerta vermelho.
Frequentemente mostrava-se figuras, super heróis, personagens de desenho e ele os reconhecia, entretanto, precisava quase encostar o rosto na imagem para entende-la.
Previsto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) neste ano 35% das pessoas terão miopia e isso está diretamente ligado ao uso assíduo de celulares, tablets e aparelhos com alta emissão de luz durante várias horas diárias e as crianças tragicamente são as mais atingidas, e não foi diferente com João Vitor.
Quando oferecemos um celular para uma criança, estamos dispondo um bombardeio de estímulos não só visuais, mas também mentais nocivos a um indivíduo em sua primeira fase de desenvolvimento que podem causar dependência. Quando se usa como moeda de troca ou ferramenta de distração, comportamentos prejudiciais são reforçados, influindo no espectro comportamental que serão levados para toda a vida.
Um estudo criado pelo escritor e psicólogo Burrhus Frederic Skinner, a cerca do Condicionamento operante, reforça o quanto determinados estímulos repetitivos podem gerar certas ações comportamentais, este é o ciclo vicioso em que muitos pais estão presos quanto se trata do excesso de tecnologia na primeira infância.
Soluções práticas
Soluções práticas envolvem utilizar o Condicionamento Operante á favor de um desenvolvimento saudável, a substituição por atividades que provoquem a imaginação e a manipulação de objetos são fundamentais, o “faz de conta” proporciona para a criança fantasiar sobre o seu universo.
É preciso entender que o cenário onde estamos inseridos é repleto de soluções tecnológicas, todos devem desfrutar de toda a comodidade, conforto, rapidez e segurança, a palavra chave deve ser dosagem, saber administrar este poder e cuidar para que as próximas gerações sejam beneficiadas e não prejudicadas mentalmente e fisicamente.